Há uma
curiosidade espiritual acontecendo neste momento, bem debaixo dos nossos
narizes, que poucos conseguiram perceber, apesar da gigantesca repercussão que
ela provoca. Deus, como sempre, dando uma mostra da Sua incomensurável
sabedoria está simplesmente promovendo a regeneração do Planeta utilizando-se do
maior nível de maldade e rebeldia já visto nos últimos séculos, na face da
Terra. Ensinando-nos a por em prática a famosa expressão “transformar limão em
limonada”, Ele claramente reforça o conceito de que nada permanece inútil para
sempre, mesmo quando insistimos em contrariá-Lo.
Mas, o cerne da questão é: como
o Criador procede para, à Sua maneira magistral, fazer a “banda podre” da
humanidade produzir um Planeta Terra regenerado, onde a palavra “amor” estará
inscrita em cada fronte? Sabemos que o processo é um tanto mais complexo e que
existem outros fatores envolvidos nele. Por exemplo, a vinda de espíritos
voluntários de Planetas mais adiantados, compondo grupos que se convencionou chamar
de crianças índigos e cristais. Por outro lado, grandes luminares da humanidade
também têm sistematicamente reencarnado aqui para conduzirem as massas rumo à
esperada Nova Era. Outra Providência Divina das mais eficientes foi, sem
dúvida, enviar o Consolador prometido pelo Mestre, que “vos ensinará todas as
coisas e vos fará recordar tudo o que vos tenho dito” (João, 14-26). E a relação,
certamente, não para por ai.
Mas o que nos chama a atenção mesmo, voltando à
questão, é esse inteligentíssimo mecanismo que tira dos próprios retardatários
o impulso necessário para a aceleração da mudança. Para entendê-lo, é
necessário retomarmos alguns conceitos: sabemos que há alguns séculos, uma
grande massa de espíritos retrógrados está sendo mantida na Espiritualidade
para não atrapalhar a evolução da Terra. Todos agora estão tendo sua última
chance, reencarnando mais uma vez no Planeta, sendo que aqueles que não
aproveitam a oportunidade são exilados em Planetas inferiores até que estejam
em acordo com a nova condição do nosso orbe. Pois bem, é comum observarmos que os benefícios da Providência Divina são sempre estendidos ao máximo
de sua potencialidade, agraciando inclusive aqueles não diretamente envolvidos
e esse caso não foge à regra. É assim que, ao tentar sua reeducação, esses
espíritos promovem uma revolução nos usos e costumes das nossas sociedades. Como
isso acontece? Inicialmente, tudo o que se percebe é a elevação dos níveis de
violência e criminalidade até às alturas, como todos muito bem sabem e/ou
sentem na própria pele. Naturalmente isso gera uma fortíssima exigência no
sentido de se recobrar o equilíbrio social perdido, tirando-nos da inércia
comodista, graças à qual temos “empurrado com a barriga” os problemas das
nossas sociedades.
Forçados pelo aguilhão, passamos a modificar nossos
conceitos, nossas instituições, nossas leis, nossas vidas, enfim. Onde havia,
há 50 anos, uma modorrenta força policial, hoje há uma polícia cada vez mais
aparelhada, treinada e preparada para fazer frente a criminosos cada vez mais
organizados, inteligentes e poderosos. Da mesma forma, o poder Judiciário é
naturalmente levado a trabalhar mais e melhor, separando com propriedade as
frutas estragadas do restante do cesto. Nossas instituições educacionais estão
sendo, igualmente, obrigadas a rever cada antigo conceito, renovando pedagogias
e utilizando todos os recursos didáticos disponíveis para conseguirem educar
alunos muitíssimo mais refratários do que os de antigamente. Na área da saúde,
nos obrigamos a desenvolver soluções à altura de tanta demanda, gerada não
apenas pelo excesso de violência mas também pelo maior número de almas doentes
e suas consequentes enfermidades transferidas para o corpo físico. A
instituição da família, por sua vez, não estará isenta de renovar-se, tendo que
deparar-se com a ampliação das questões das drogas, alcoolismo, etc., dentro de
seu próprio bojo. No campo das Leis, também premidos pelas circunstâncias,
vamos sendo levados a contemplar e prever novos tipos de crimes, ampliar a
severidade em relação a uns e abrandar em relação a outros.
Em suma, “dias
virão em que não ficará pedra sobre pedra”, como garantiu o Mestre Galileu, segundo
o evangelista Lucas, no capítulo 21, versículo 6. No entanto, apesar de toda a
revolução, o processo não acaba nesse ponto: sua conclusão se dará naquele
grande momento em que a quase totalidade dos espíritos rebeldes converteu-se ou
foi exilada. É quando teremos a excelência das instituições elevada à máxima
grandeza e, em contrapartida, um baixíssimo nível de problemas sociais, que
naturalmente retornarão aos patamares anteriores à chegada dos rebeldes. Dá até
para imaginar, por exemplo, a extrema desvantagem de eventuais e desgarrados
criminosos contra o poderio e preparo de uma força policial e um Judiciário,
exaustivamente treinados e capacitados nas piores épocas. Ou, ainda como
exemplo, escolas avançadíssimas abrigando alunos altamente predispostos ao
aprendizado. Instituições de saúde moderníssimas, recebendo uma humanidade já
traquejada no manejo de suas mentes e com pouquíssimas enfermidades Cármicas.
Famílias, já devidamente estruturadas e prevenidas, acolhendo espíritos mansos
e pouco afeitos aos vícios de toda ordem. Nossas leis que, ao longo do tempo
foram sucessivamente melhoradas, nesta fase orientam uma população já
relativamente pacificada. Enfim, um enorme progresso geral, conquistado graças
a todos os “bandidos vivos”, estrategicamente posicionados pela Divindade,
obtendo em algumas décadas o que levaria séculos de árduo e lento trabalho.
O
preço a ser pago pelo benefício é bastante alto, não há como negar. Que o digam
todos os que já tiveram a infelicidade de sofrer na pele as consequências de
tanta criminalidade. Mas, de qualquer forma, podemos nos conformar considerando
que, permanecendo na Erraticidade, esses espíritos poderiam provocar mais danos
ainda, pois teriam muito mais liberdade. Além do que, ao passar por esse
inconveniente, aproveitamos para também resgatar nossas pendências, já que
também as temos, certamente. Ficamos assim, em um limiar de considerações: de
um lado, não queremos enaltecer a rebeldia e a criminalidade, agindo como se acometidos de uma espécie de Síndrome de Estocolmo – quando a vítima de sequestro passa a
admirar o sequestrador. Mas de outro, admiramos, sim, mais uma monumental
demonstração de sabedoria por parte do Criador, que se utiliza até mesmo do
lodo gerado pela maldade humana para fazer brotar a regeneração de toda a
humanidade terrestre.
Carlos Alberto Ferreira da Costa