sábado, 3 de junho de 2017

Purificando o amor





Purificar é tornar puro, eliminar impurezas, extrair a parte valiosa do substrato. Em outras palavras, obter do lodo a flor delicada e perfumada. Este processo, que se repete incansavelmente ao longo de nossas vidas, tem o poder de retirar de nós mesmos todo o potencial da semente que irá produzir o anjo. Todas as características deste futuro ser superior são, desta maneira, arrancadas dele mesmo. Entre elas, obviamente, a mais sublime: o amor. Como todas as outras características, o amor está presente, desde o início, no psiquismo do ser. Quase irreconhecível em seus primórdios, a medida em que é purificado, separado de outros sentimentos menos nobres, passa a mostrar seu brilho e intensificar a sua poderosa força. O palestrante espírita Haroldo Dutra Dias, lembra-nos do pai do espírito André Luiz, no livro “Nosso Lar”, que estaria no umbral, em companhia de suas duas amantes. Sua mãe, então, planeja reencarnar para novamente recebê-lo como marido e também às duas mulheres, como filhas do casal. Haroldo completa o raciocínio dizendo da bondade divina,  que não quer o aniquilamento daquele amor com mesclas, mas sim purifica-lo, retirar do sentimento original as nuances de sensualidade, egoísmo, sentimento de posse e todas as demais imperfeições. É a este processo, afinal, que damos o nome de sublimação, o ato de tornar sublime a condição primária, que assim  consegue sobressair do entulho que a aprisiona e distorce. Vivemos na atualidade em um limiar importante, em que a parte dourada dos nossos sentimentos passa a brilhar mais forte. É quando estamos prontos para, finalmente, ostentarmos a jóia maior do Criador em nosso peito. Nosso objetivo agora: desgostar cada vez mais das imperfeições às quais nos afeiçoamos, em razão da prolongada convivência, para apurarmos nosso paladar e saborearmos as delícias do amor puro. A mesa está posta. Os convidados já estão chegando! Quem faz a oração de graças?