domingo, 25 de maio de 2014

Bandido bom é bandido vivo!






          Há uma curiosidade espiritual acontecendo neste momento, bem debaixo dos nossos narizes, que poucos conseguiram perceber, apesar da gigantesca repercussão que ela provoca. Deus, como sempre, dando uma mostra da Sua incomensurável sabedoria está simplesmente promovendo a regeneração do Planeta utilizando-se do maior nível de maldade e rebeldia já visto nos últimos séculos, na face da Terra. Ensinando-nos a por em prática a famosa expressão “transformar limão em limonada”, Ele claramente reforça o conceito de que nada permanece inútil para sempre, mesmo quando insistimos em contrariá-Lo. 
          Mas, o cerne da questão é: como o Criador procede para, à Sua maneira magistral, fazer a “banda podre” da humanidade produzir um Planeta Terra regenerado, onde a palavra “amor” estará inscrita em cada fronte? Sabemos que o processo é um tanto mais complexo e que existem outros fatores envolvidos nele. Por exemplo, a vinda de espíritos voluntários de Planetas mais adiantados, compondo grupos que se convencionou chamar de crianças índigos e cristais. Por outro lado, grandes luminares da humanidade também têm sistematicamente reencarnado aqui para conduzirem as massas rumo à esperada Nova Era. Outra Providência Divina das mais eficientes foi, sem dúvida, enviar o Consolador prometido pelo Mestre, que “vos ensinará todas as coisas e vos fará recordar tudo o que vos tenho dito” (João, 14-26). E a relação, certamente, não para por ai.
         Mas o que nos chama a atenção mesmo, voltando à questão, é esse inteligentíssimo mecanismo que tira dos próprios retardatários o impulso necessário para a aceleração da mudança. Para entendê-lo, é necessário retomarmos alguns conceitos: sabemos que há alguns séculos, uma grande massa de espíritos retrógrados está sendo mantida na Espiritualidade para não atrapalhar a evolução da Terra. Todos agora estão tendo sua última chance, reencarnando mais uma vez no Planeta, sendo que aqueles que não aproveitam a oportunidade são exilados em Planetas inferiores até que estejam em acordo com a nova condição do nosso orbe. Pois bem, é comum observarmos que os benefícios da Providência Divina são sempre estendidos ao máximo de sua potencialidade, agraciando inclusive aqueles não diretamente envolvidos e esse caso não foge à regra. É assim que, ao tentar sua reeducação, esses espíritos promovem uma revolução nos usos e costumes das nossas sociedades. Como isso acontece? Inicialmente, tudo o que se percebe é a elevação dos níveis de violência e criminalidade até às alturas, como todos muito bem sabem e/ou sentem na própria pele. Naturalmente isso gera uma fortíssima exigência no sentido de se recobrar o equilíbrio social perdido, tirando-nos da inércia comodista, graças à qual temos “empurrado com a barriga” os problemas das nossas sociedades. 
               Forçados pelo aguilhão, passamos a modificar nossos conceitos, nossas instituições, nossas leis, nossas vidas, enfim. Onde havia, há 50 anos, uma modorrenta força policial, hoje há uma polícia cada vez mais aparelhada, treinada e preparada para fazer frente a criminosos cada vez mais organizados, inteligentes e poderosos. Da mesma forma, o poder Judiciário é naturalmente levado a trabalhar mais e melhor, separando com propriedade as frutas estragadas do restante do cesto. Nossas instituições educacionais estão sendo, igualmente, obrigadas a rever cada antigo conceito, renovando pedagogias e utilizando todos os recursos didáticos disponíveis para conseguirem educar alunos muitíssimo mais refratários do que os de antigamente. Na área da saúde, nos obrigamos a desenvolver soluções à altura de tanta demanda, gerada não apenas pelo excesso de violência mas também pelo maior número de almas doentes e suas consequentes enfermidades transferidas para o corpo físico. A instituição da família, por sua vez, não estará isenta de renovar-se, tendo que deparar-se com a ampliação das questões das drogas, alcoolismo, etc., dentro de seu próprio bojo. No campo das Leis, também premidos pelas circunstâncias, vamos sendo levados a contemplar e prever novos tipos de crimes, ampliar a severidade em relação a uns e abrandar em relação a outros. 
             Em suma, “dias virão em que não ficará pedra sobre pedra”, como garantiu o Mestre Galileu, segundo o evangelista Lucas, no capítulo 21, versículo 6. No entanto, apesar de toda a revolução, o processo não acaba nesse ponto: sua conclusão se dará naquele grande momento em que a quase totalidade dos espíritos rebeldes converteu-se ou foi exilada. É quando teremos a excelência das instituições elevada à máxima grandeza e, em contrapartida, um baixíssimo nível de problemas sociais, que naturalmente retornarão aos patamares anteriores à chegada dos rebeldes. Dá até para imaginar, por exemplo, a extrema desvantagem de eventuais e desgarrados criminosos contra o poderio e preparo de uma força policial e um Judiciário, exaustivamente treinados e capacitados nas piores épocas. Ou, ainda como exemplo, escolas avançadíssimas abrigando alunos altamente predispostos ao aprendizado. Instituições de saúde moderníssimas, recebendo uma humanidade já traquejada no manejo de suas mentes e com pouquíssimas enfermidades Cármicas. Famílias, já devidamente estruturadas e prevenidas, acolhendo espíritos mansos e pouco afeitos aos vícios de toda ordem. Nossas leis que, ao longo do tempo foram sucessivamente melhoradas, nesta fase orientam uma população já relativamente pacificada. Enfim, um enorme progresso geral, conquistado graças a todos os “bandidos vivos”, estrategicamente posicionados pela Divindade, obtendo em algumas décadas o que levaria séculos de árduo e lento trabalho. 
           O preço a ser pago pelo benefício é bastante alto, não há como negar. Que o digam todos os que já tiveram a infelicidade de sofrer na pele as consequências de tanta criminalidade. Mas, de qualquer forma, podemos nos conformar considerando que, permanecendo na Erraticidade, esses espíritos poderiam provocar mais danos ainda, pois teriam muito mais liberdade. Além do que, ao passar por esse inconveniente, aproveitamos para também resgatar nossas pendências, já que também as temos, certamente. Ficamos assim, em um limiar de considerações: de um lado, não queremos enaltecer a rebeldia e a criminalidade, agindo como se acometidos de uma espécie de Síndrome de Estocolmo – quando a vítima de sequestro passa a admirar o sequestrador. Mas de outro, admiramos, sim, mais uma monumental demonstração de sabedoria por parte do Criador, que se utiliza até mesmo do lodo gerado pela maldade humana para fazer brotar a regeneração de toda a humanidade terrestre.  

Carlos Alberto Ferreira da Costa