Os Grupos de Estudos são, realmente, ambientes muito propícios ao
aparecimento de dúvidas atrozes, que nos oferecem a oportunidade de aprender, a
partir de um questionamento. Neste caso, a questão proposta por uma pessoa
participante do grupo era exatamente esta: qual a razão do Pai Celestial ter
criado a humanidade e, de resto, todo o universo, tendo em Si Mesmo todos os
Seus atributos em grau máximo? Só para ilustrar e antes de prosseguir, vale lembrar
que a definição de Deus contida na primeira questão de O Livro dos Espíritos é:
“Deus é a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas.” Como se
isso não bastasse, logo em seguida, na questão treze, Allan Kardec complementa
o raciocínio relacionando os Atributos Divinos: eterno, imutável, imaterial,
único, onipotente e soberanamente justo e bom. E, para complicar, os Espíritos
ainda complementam afirmando que só podemos formar ideia apenas de algumas das
perfeições Divinas. Ou seja, Deus é ainda muito mais do que podemos perceber. E
isso Lhe dá, portanto, mais motivos ainda para bastar-se por Si mesmo, sem a
menor necessidade de nos criar. Essa questão acabou por se tornar, como frequentemente
tem acontecido, mais uma oportunidade para estreitar os laços com os espíritos
capazes de nos ajudar, a fim de solucionar o problema. Para isso, temos nos
valido de uma técnica bastante simples: saturamos a mente com as informações
disponíveis e nos colocamos em condições de receptividade para receber o
auxílio. Para que isto aconteça, facilita muito uma caminhada tranquila, um
ambiente natural, a meditação, etc. Assim, permitimos que os benfeitores
espirituais completem as lacunas nas nossas ideias e o conteúdo nos chega íntegro
e perfeito. É uma maneira de suprirmos nossa deficiência no quesito
mediunidade, porque, obviamente, os médiuns ostensivos não necessitam de tantos
subterfúgios. Desta forma, quando nos propusemos a “dormir sobre o problema”,
contando com a inspiração do Alto, a solução veio muito clara, cristalina,
simples e elementar, como todas as inspirações enviadas pelos Irmãos Maiores:
fomos criados e também todo o Universo foi criado porque Deus é amor. Ok,
diríamos, isso todos já sabemos, mas o que tem a ver com a questão? Acontece
que o amor exige uma contrapartida, exige um alvo, pois não é possível amar-se
o nada, amar-se algo inexistente. É ai que entramos nós: fomos criados para ser
o objeto do amor de Deus! Nesse fantástico Universo físico e espiritual, onde
tudo se encaminha para Unidade Divina, somos nada mais nada menos do que o
anteparo necessário para que o Criador seja o que é: puro amor. Agora,
portanto, começamos a entender porque o Pai Celestial sempre criou, conforme a
questão 21 de O Livro dos Espíritos: A matéria existe desde toda a
eternidade, como Deus, ou foi criada por Ele em dado momento? “Só Deus o sabe. Há uma coisa, todavia, que a razão vos
deve indicar: é que Deus, modelo de amor e caridade nunca esteve inativo. Por
mais distante que logreis figurar o início de Sua ação, podereis concebê-Lo
ocioso, um momento que seja?”
Viva a lógica, o bom-senso e a
capacidade de utilizá-los! Continuemos, pois, essa jornada purificadora, cujo
destino irrevogável é nos tornarmos espelhos cada vez melhores, refletindo com
perfeição o Amor Divino.
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